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Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgados pelo IBGE em 2021, trazem 17,3 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. É importante ressaltar que a estimativa da população mundial com deficiência é de 15%, segundo a OMS. Apesar de representarmos uma parcela tão relevante da população, somos sub-representados na sociedade.
Muitas empresas, mesmo cobradas legalmente pela Lei de Cotas, não conseguem contratar pessoas com deficiência, nem promover o crescimento para colaboradores. Não temos 8,4% de alunos com deficiência nas escolas. Há muito a ser feito para elevar a qualidade de vida, a valorização e a inclusão da população com deficiência. Isso é responsabilidade de todos!
A agenda ESG implica mais do que construir uma boa imagem, requer pautas estratégicas, uma delas é exatamente questões de DE&I. Quando a Diversidade, Equidade e Inclusão acontecem, geram transformações profundas que impactam positivamente a vida de todos os colaboradores promovendo igualdade, equidade, criatividade, engajamento, motivação, respeito, tolerância e o crescimento da empresa em um ambiente saudável e produtivo.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), principal manifestação dos avanços na vida das pessoas com deficiência, tem como grande desafio ampliar sua divulgação. Apesar de ser uma legislação muito bem elaborada e abrangente é desconhecida por muitos e ainda não foi totalmente regulamentada.
A pessoa com deficiência precisa de autonomia e segurança para garantir seus direitos. Precisa de acessibilidade, seja para acessar um lugar, um serviço, comprar um produto ou obter uma informação. Quanto mais acessos, oportunidades e respeito, menores as dificuldades. Quanto menos barreiras, exclusão, segregação, discriminação ou capacitismo, mais dignidade e produtividade.
Diversidade e inclusão só acontecem com acessibilidade em todas as suas dimensões, uma delas é a comunicacional. Trabalhar a comunicação inclusiva requer pensar em formatos e recursos que levem em consideração a diversidade de pessoas, pauta cujo maior entrave está justamente no acesso à comunicação.
A promoção da comunicação acessível é primordial para garantir direitos, não só do público com deficiência, mas também de outros segmentos da população. Proporcionar eventos, reuniões, lives, com Libras, audiodescrição e legenda, demonstra respeito e valorização da comunicação interpessoal com o público.
Acessibilidade deve ser considerada na etapa de planejamento da comunicação. É fundamental para termos uma sociedade sustentável. A comunicação é um importante caminho para promover liberdade, igualdade, equidade e dignidade a todas as pessoas.
Promover acessibilidade não é mais uma escolha! Acessibilidade é direito, garantido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição de 1988 e na Lei Brasileira de Inclusão.
Ciça Cordeiro, é jornalista e consultora em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão na Talento Incluir
Artigo publicado na Folha de SPaulo em 3 de dezembro de 2022