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O que é ser diferente? Ser diferente é apenas não ser igual! Entender as diferenças, sem juízo de valor é um comportamento essencial para sermos pessoas mais inclusivas. E seguindo esse raciocínio, de olhar as deficiências exercitando o não julgamento, vamos aprofundar na diferença entre ‘normalização’ e ‘naturalização’ na convivência com pessoas com deficiência.
A confusão começa no entendimento da terminologia, existem as pessoas com deficiência e as pessoas…? Normais? Não! A tratativa indicada é: pessoa com deficiência e pessoa sem deficiência
Esse movimento, que até então ocorre, de tratar equivocadamente pessoas sem deficiência como “normais”, é resultante de uma cultura formada com base no capacitismo* estrutural.
Capacitismo*: comportamento opressor que minimiza a potencialidade da pessoa com deficiência, por não perceber no outro a capacidade de realizar, que não enxergamos na gente.
Estamos em uma fase de transição de entender a pessoa com deficiência a partir do modelo médico, para o entendimento a partir do modelo social.
O modelo médico, simplificadamente, baseia-se na tentativa de tornar a pessoa com deficiência o mais igual possível das demais pessoas da sociedade. Desta forma, pessoas com deficiência são direcionadas para procedimentos cirúrgicos ou terapêuticos que pretendem “igualar” o máximo possível sua condição ao modelo de corpo ou comportamento considerado ideal.
Desta forma, “normalizar” é exigir que a pessoa se esforce para que sua deficiência não apareça. O que na maioria dos casos é impossível, exige um esforço expressivo da pessoa e inibe o sentimento de senso de pertencimento, afinal, ninguém se sente parte de um grupo, não podendo ser, quem de fato é!
Já o modelo social, que estamos inserindo recentemente em nossa cultura, já defende a inclusão da pessoa com a sua deficiência. Esse modelo pede “naturalização”, ou seja, a sociedade reconhece, entende e inclui a pessoa com a sua deficiência fazendo parte da convivência.
A consequência que esse modelo social pretende alcançar é a ‘naturalização’ da convivência com pessoas com deficiência. Não precisamos ser iguais, ou “normais”, inclusão pede para valorizarmos as diferenças e naturalizarmos o tratamento.
Quanto mais nos conscientizamos e nos informamos, mais chances temos de valorizar as diferenças! E assim nos aproximamos do que era muito desconectado de nós.
O caminho é entender que a deficiência é só mais uma das características da pessoa. E que todas as pessoas têm diversas características, algumas tem deficiência, outras não.
E uma dica legal sobre tratar a pessoa com deficiência com naturalidade é simplificar! Pense com a ingenuidade de uma criança!
Não existem dicas infalíveis para tratar pessoas com deficiência. Não somos eletrônicos, nem eletrodomésticos, nós não chegamos na caixa, embrulhados com plástico bolha e acompanhados de manual. Somo pessoas e cada uma merece o entendimento e o tratamento que sua deficiência pede.
E quem pode nos dar dicas sobre como tratar é a própria pessoa. E aí mais uma vez a forma natural que você percebe a deficiência, será essencial para o assunto fluir e a inclusão acontecer.
É isso! Naturalizar e simplificar, a riqueza está no valor das diferenças juntas!
Gostou desse artigo? Compartilha! Promover uma sociedade mais inclusiva depende da nossa atitude. E passar para frente o que você aprendeu com essa leitura é uma super atitude inclusiva!
Por Carolina Ignarra, CEO e fundadora do Grupo Talento Incluir