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Fazer compras pela internet não é uma tarefa fácil quando não existe acessibilidade. Já falei, aqui, sobre como os sites de comércio eletrônico não estão preparados para receber uma pessoa com deficiência (e perdem dinheiro com isso). Mas hoje, gostaria de trazer uma experiência recente e que ilustra muito bem essa dificuldade.
Decidi, há poucas semanas, comprar uma fritadeira sem óleo – AirFryer – para dar de presente para uma pessoa que está se mudando de casa. Naturalmente, preferi fazer essa compra por meio da internet, visto que estamos em meio a uma pandemia.
Inicialmente, comecei a fazer pesquisas pela internet e a pedir indicações no meu Twitter, uma das redes sociais que eu mais utilizo na atualidade. Pesquisei pelos aspectos técnicos do equipamento (quantidade suportada de alimentos e outras funcionalidades).
Até esse momento, tudo transcorria dentro de uma possível naturalidade, apesar dos sites varejistas não serem tão amigáveis. O problema é que eu não estava interessado apenas nas funcionalidades. Eu precisava saber como era o equipamento esteticamente para saber se combinava ou não com a cozinha da pessoa presenteada.
Não foi novidade quando eu percebi que nenhum dos sites tinha a descrição das imagens ilustrativas e do produto. Por fim, tive que pedir ajuda a uma amiga para entender como eram essas fritadeiras (cor, formato, entre outros detalhes).
Mas aí você pode me perguntar: “Gustavo, qual o problema de pedir ajuda a alguém?”. Nenhum, a não ser que seja uma vez ou outra. Imagina isso cotidianamente? Você tem que depender sempre de alguém para fazer uma compra, quando em tese isso não seria necessário.
Mas essa não foi a pior parte. Depois de finalmente escolher o produto, pensei comigo mesmo: “agora eu vou finalizar essa compra sozinho”. Sabe de nada, inocente. Eu me loguei no site do varejista, até consegui preencher todas as informações, mas quando eu pressionava no botão enviar, nada acontecia. Será que eu tinha preenchido alguma informação errada? Será que faltava algum campo? Não faço ideia, porque se o site oferecia essa informação era de forma visual e não por meio de um texto sinalizando o que tinha ocorrido. Eu simplesmente não conseguia prosseguir com a compra.
Resultado: tive, novamente, que pedir auxílio para a minha amiga finalizar o processo para mim. Desgastante e desnecessário. Mas tudo poderia ter sido evitado com pequenas noções de acessibilidade digital.