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O mês de outubro é dedicado às campanhas de conscientização sobre o câncer de mama, ‘Outubro Rosa’. Apesar de muito divulgada, é preciso um grande trabalho de conscientização, para que a informação da importância do autoexame, chegue a todas as mulheres, incluindo as mulheres com deficiência e suas cuidadoras.
A campanha alerta para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e outros tipos como colo do útero, ovário, vagina, mas infelizmente, não falam sobre as mulheres com deficiência.
A falta de representatividade é notória em todos os direitos, e na saúde não é diferente. Por isso, queremos fazer um alerta e chamar a atenção de todos para o tema.
A importância do diagnóstico precoce
Segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA, em material publicado no último dia 5 de outubro, o câncer de mama é o tipo mais comum, depois do câncer de pele, e é o que causa mais mortes por câncer em mulheres.
No Brasil, em 2020, foram 17.825 mortes, e em 2022 já foram estimados 66.280 novos casos.
Embora seja um tema difícil de tratar, falar abertamente sobre o câncer pode ajudar a esclarecer mitos e verdades e, com isso, aumentar o conhecimento e diminuir o temor associado à doença. Um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início.
Mas muitas pessoas, por medo ou desinformação, evitam o assunto e acabam atrasando o diagnóstico. Por isso, é preciso desfazer crenças sobre o câncer, para que a doença deixe de ser vista como uma sentença de morte ou um mal inevitável e incurável. Alguns tipos de câncer, entre eles o de mama, apresentam sinais e sintomas em suas fases iniciais. Detectá-los precocemente traz melhores resultados no tratamento e ajuda a reduzir a mortalidade. (*)
Prevenção para mulheres com deficiência
A mulher com deficiência tem as mesmas chances de ter câncer de mama, mas falta informação, divulgação, oportunidade e principalmente acessibilidade. Faltam médicos e equipes preparadas para o atendimento, comunicação acessível, assim como equipamentos, tecnologias e salas de exames adequadas. Não só no sistema público de saúde, mas também no privado, as barreiras são enormes!
Apesar de vários locais não terem acessibilidade física, a atitudinal é sem dúvida, a maior barreira. Já ouvi de amigas em cadeira de rodas que na hora do exame de mamografia foram questionadas se poderiam levantar. É vergonhoso não ter equipes preparadas e ambientes seguros.
A comunicação também é primordial. Mulheres com deficiência auditiva, geralmente vão acompanhadas aos exames e consultas, mulheres com deficiência visual também.
Quando falamos em conscientização, também é preciso focar nas mulheres cuidadoras. É fundamental que também façam exames e com isso consigam a prevenção e diagnóstico precoce.
É lei, é direito!
O terceiro Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU fala justamente de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar da sociedade. Mas é grande o número de mulheres sem acesso à saúde e à informação.
A Lei Brasileira de Inclusão – LBI assegura à pessoa com deficiência, o direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sem que ela sofra qualquer discriminação. O artigo 18 diz que é assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
O fato é que somos invisíveis! Precisamos alertar a sociedade e trazer informação. É preciso representatividade! Campanhas precisam incluir todas as mulheres. A Talento Incluir acredita que a informação é essencial para um mundo inclusivo, e para isso, contamos com você!
Informe-se, converse e compartilhe as informações!
Saiba mais sobre acessando a cartilha do (*) INCA:
https://www.inca.gov.br/publicacoes/cartilhas/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso
Por Ciça Cordeiro, consultora na Talento Incluir